segunda-feira, 3 de outubro de 2011

As Pessoas Deviam Andar com Trocos...

Nunca há nenhuma alminha decente que ande com trocos na carteira. Andam sempre por aí a esbanjar notas altas e depois, coitados de nós caixeiros, que nos vemos aflitos com os cêntimos... Olha, já hoje! Por três vezes que tive de perguntar a um cliente diferente se tinha moedas de cinco cêntimos, e por três vezes recebi a mesma resposta: "Peço desculpa, mas não". Oh, por duas vezes. Houve um tipo que nem desculpa pediu. Parece que o papel das notas altas absorve o níquel das pequeninas moedas quase sem valor... bem a mãe dizia para eu tirar um curso... Como todas as mães dizem mas não fazem. Como dizia o outro: Pratica o que pregas. Ah, sim, essa é outra... Hoje em dia só oiço coisas doutro mundo... Palavras soltas sem significado para quem as diz cumprir.

Outra mulherzinha que não tinha trocos... Se ninguém anda com trocos na carteira, como querem que os Supermercados dêem trocos? Não os recebemos! é como digo, os ricalhaços esbanjam as notas... E depois nós é que somos pobres? Os ricos nem moedas de um cêntimo têm, coitados! deve ser difícil a vida de rico... sim, até porque ouvi dizer que não são notas que pagam a felicidade (e felizmente moedas de um cêntimo também não que eu estou à rasca dessas também...) E já não escrevo mais que a parte de trás deste talão está quase a acabar. (talões... coitados papéis abandonados, era como se deviam chamar... ou gastos de dinheiro de supermercados...)

Apontamentos de Dr. Viena acerca da sua "Mais Querida Paciente", Julieta, escritos a 27 de Março

Ontem saiu disparada do consultório depois de a ter diagnosticado com Esquizofrenia. A mente dela retorce tudo o que vê e ouve. Se tal não bastasse, a sua mente tem ainda a capacidade de criar ilusões em que a minha mais querida paciente aceita como verdades absolutas. Ou pelo menos, aceita como verdade inegável a existência das vozes de outro mundo que a fazem querer ceifar a sua própria vida (ou a de outros como já um dia ia acontecendo...)

Encontraram-na trancada em casa. A mente dela levara-a á loucura de matar o próprio gato. Segundo ela, o gato era uma voz, que não parava de chamar por ela. O pobre coitado animal provavelmente estava cheio de fome. Vou recomendar que a internem temporariamente na ala hospitalar do consultório... Espero que isso resulte e que ela não tente de novo a loucura de se matar a si mesma. Enquanto for apenas o gato...


Estive agora com a minha mais querida paciente. Ela estava adormecida. Pergunto-me se a sua mente continua a inventar vozes nos seus sonhos? A mente... A mente humana é de facto algo fascinante... E a desta paciente, Maria Julieta... É de facto algo a ter em conta... em criança sofreu de autismo, agora de esquizofrenia... Acho que a sua imaginação é demasiado fértil para um cérebro fraco como o dela...

Papel que Dr. Viena encontrou entre os pertences de Maria Julieta, no dia 26 de Março de 2010

Eles correram atrás de mim. O dia todo. Nada os impedia de correr, nem quando eu corria mais depressa, nem quando eu lhes gritava.... Mas as vozes... Elas gritam mais alto. O Dr. Viena diz que as vozes não existem. Que a minha mente é que as cria. Mas elas são reais. Eles não acreditam, mas elas são reais. A dor que elas me provocam nos ouvidos, como se me gritassem a plenos pulmões... Julgamentos, insultos, palavrões... Quero sair daqui. Tento atirar as vozes para longe mas elas voltam sempre e mais fortes. O Dr. Viena diz que elas não existem... Mas elas existem... E os olhos das pessoas a julgarem, a fitarem cada passo, sem se importarem com o bem que faço, e nunca esquecendo o mal que faço. Justiça... Elas não conhecem essa palavra... Não... Não conhecem o significado dessa palavra. Mas o Dr. Viena insiste que não são verdadeiras. Mas ele também é uma das vozes. Ele grita o meu nome, seguida de palavras feias... Maluca. ele acha que sou maluca. Tal como toda a gente, pôs-me um rótulo. Esquizo... Esquesito-qualquer-coisa. Será que as mentes retorcidas das vozes não param de possuir a dos homens...? Porque é que as vozes me querem destruir de dentro para fora?  porque me põem rótulos e etiquetas como se eu fosse um objecto?

Lá estão 
              de novo
as
                                                             vozes!!
Parem!



domingo, 2 de outubro de 2011

Letter from Kyle Jones to his beloved brother, Dr. Aaron Jones

Dear Aaron,

(And I know you hate it when people don't adress to you as "Dr. Jones", but I am your brother after all, and I've known you all my life... "But not mine", you would say...). I hope your health is better than that of your patients when you receive this letter.

I have to tell you, today, I found something amazing. A Spider had built a web near my entrance door. The morning rain had fill the silk with little waterdrops. I took a picture with my camera, and then I drew it on a canvas. Obviously, I could only send you the picture. Now, why would the spider build its web near my front door, if not so that I could paint and photograph it? Do you really believe the spider would build its web in a place where the water would likely destroy the animal's home, if it weren't a bless from some greater will, that wanted me to recor such beauty? Now, go ahead and try to tell me there is a reasonable explainations for the fact that the spider built its home in such an hostile enviornment...

And that's not all, my brother. See, you always say feelings can me racionaly explained, and that reason is what separates us from animals like the spider... But we wouldn't be humans if we didn't have feeling, and i have nourished feelings for a young lady I've met last week. She is a painter herself, and she too, thinks the spider in my doorstep was a blessing from art itself. And you see... Animals, they folow reason, not feelings. Spiders... They can't feel love, can they? If they do, why does the Black-Widow kill and eat its male partner once they have mate? Is that a feeling, or is it the reason that tells her he won't do her no good, and will only make her burn energy that she has to keep for its youngs? Reason... Reason tells the Black-Wodow it's best to kill its mate. Feelings tell humans we have to let our mate live...

The lady I wrote about, remember? She is married. And now, feelings tell me to let her live. Reason... Oh, I wish I was like you, I wish i could guide myself in the path of reason alone, and tell her about my feelings... But as we two use to say (and this is the only thing we both agree on): "Feeling and Reason. One Cannot co-exist with the other". Now, more than ever, I wish they would.

I have to go... a friend of mine is interested on the Spider painting... I better rush to is house before he changes his mind.

Cheers, goodbye, and hugs from your beloved brother,
Kyle