segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Papel que Dr. Viena encontrou entre os pertences de Maria Julieta, no dia 26 de Março de 2010

Eles correram atrás de mim. O dia todo. Nada os impedia de correr, nem quando eu corria mais depressa, nem quando eu lhes gritava.... Mas as vozes... Elas gritam mais alto. O Dr. Viena diz que as vozes não existem. Que a minha mente é que as cria. Mas elas são reais. Eles não acreditam, mas elas são reais. A dor que elas me provocam nos ouvidos, como se me gritassem a plenos pulmões... Julgamentos, insultos, palavrões... Quero sair daqui. Tento atirar as vozes para longe mas elas voltam sempre e mais fortes. O Dr. Viena diz que elas não existem... Mas elas existem... E os olhos das pessoas a julgarem, a fitarem cada passo, sem se importarem com o bem que faço, e nunca esquecendo o mal que faço. Justiça... Elas não conhecem essa palavra... Não... Não conhecem o significado dessa palavra. Mas o Dr. Viena insiste que não são verdadeiras. Mas ele também é uma das vozes. Ele grita o meu nome, seguida de palavras feias... Maluca. ele acha que sou maluca. Tal como toda a gente, pôs-me um rótulo. Esquizo... Esquesito-qualquer-coisa. Será que as mentes retorcidas das vozes não param de possuir a dos homens...? Porque é que as vozes me querem destruir de dentro para fora?  porque me põem rótulos e etiquetas como se eu fosse um objecto?

Lá estão 
              de novo
as
                                                             vozes!!
Parem!



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